sábado, 21 de fevereiro de 2015

Musa de ‘Mulheres de areia’, Giovanna Gold conta que deu aulas de ioga enquanto esteve fora da TV

Era um final de tarde de novembro de 2012. Giovanna Gold estava na cozinha de casa, no Rio, fritando um ovo. Na época, a atriz, que fez sucesso na TV em papéis como a Alzira, da novela “Mulheres de areia” (1993), trabalhava como professora de ioga. O telefone tocou: era a diretora de elenco Marcia Ítalo, que a lançara na novela “Pantanal”, da extinta Manchete, em 1990, perguntando se ela queria fazer um teste em São Paulo para “Chiquititas”.
— Pareceu arquitetado: faria uma audição de balé no sindicato dos profissionais da dança num sábado, buscando novos caminhos. A aula com (a bailarina) Cecília Kerche era dificílima e as candidatas tinham 18, 19 anos. A mais velha tinha 30. E tinha eu (risos) — diz Giovanna, de 50 anos. — Na segunda, fiz teste para a personagem Eduarda (que acabou indo para Virginia Novick) e fiquei com a Carmen.
A vilã que azucrina as meninas do Orfanato Raio de Luz na novelinha do SBT, prevista para terminar em julho, quando completará dois anos no ar, é a primeira da carreira da atriz.
— Carmen é minha primeira personagem autocentrada, estelionatária, narcisista, que só pensa em dinheiro. Agora, ela, Marian (Júlia Gomes) e Cíntia (Milena Ferrari) buscam juntas um tesouro que julgam estar escondido no orfanato. — comenta Giovanna sobre a trama da dondoca, cujo desfecho ela já gravou, mas não revela: — Não posso contar.
A última personagem da atriz em novelas antes de Carmen tinha sido a simpática Kátia de “Por amor” (1997). O afastamento dos folhetins, ela diz, não foi voluntário:
— As novelas afastaram-se de mim. Mas fiz o “Show do Tom” (de Tom Cavalcante, na Record) de 2006 a 2012. Durante meu contrato, fiz a formação em ioga. O programa acabou e eu comecei a dar aulas.
Giovanna conta que, ainda que sem papéis de destaque na TV durante o período, ela continuou sendo abordada nas ruas por fãs de Alzira, a “Magrela” de “Mulheres de areia”:
— Os fãs da Globo sempre imitam o Tonho da Lua (vivido por Marcos Frota na obra de Ivani Ribeiro). Morei um tempo na Argentina, e a moça que trabalhava lá em casa, peruana, já me conhecia, porque a novela estava sendo exibida lá na época.
Outro personagem inesquecível para Giovanna é Zefa, par romântico de Tadeu (Marcos Palmeira) em “Pantanal”, de Benedito Ruy Barbosa:
— Foi a que me projetou. E marcou também a vida na fazenda com meus colegas, com direito a passeio de barco, de cavalo, peru fazendo glu-glu, sopa de piranha (risos).
Nascida Salvador, a atriz mudou-se ainda bebê com a família para o Rio, onde cresceu “patricinha Zona Sul”, como diz. Mas não fez questão de constituir a própria família: não chegou a casar-se, ou ter filhos.
— Família não é minha prioridade. Prefiro arte — diz a atriz, que mudou-se para São Paulo por conta de “Chiquititas”.
Após o fim da novelinha, Giovanna planeja exibir um documentário que gravou nos bastidores das gravações:
— Chama-se “Tchau tchau, Chiquititas”. Também quero passar uns dias numa praia, repondo o oxigênio de 2 anos de São Paulo. Sei que virá o projeto certo. Na hora certa, meu telefone irá tocar.

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