domingo, 11 de maio de 2014
Luka Ribeiro volta a atuar em “Chiquititas” como vilão, 17 anos após interpretar um mocinho na mesma novela
Aos 43 anos, o carioca Luka Ribeiro não perde o jeito de Menino do Rio, marca registrada que o acompanha nesses 18 anos de carreira de ator. Em sua história há jovens galãs, como o Zulu de “Meu Bem Querer”, na Rede Globo, bandidos, como o Rodrigão de “Chamas da Vida”, na Record, e tipos engraçados, como o pedreiro Jiló, parceiro inseparável do picareta Sandro, personagem de Marcos Palmeira em “Cheias de Charme”, seu trabalho mais recente na Globo. Mas é justamente interpretando outro vilão que ele está fazendo uma participação especial em “Chiquititas”, no SBT, na pele de um dono de uma carvoaria que explora o trabalho infantil. Curiosamente, 17 anos atrás Luka fez sucesso como Mestre Décio, professor de capoeira na primeira temporada de “Chiquititas”, que é uma versão brasileira de uma produção argentina. Aceitar o convite para retornar nesse novo remake mexeu com o emocional do ator.
“O primeiro sentimento foi de felicidade em participar de um sucesso para o público infanto-juvenil. Depois, fiz uma reflexão sobre a carreira e vi que estou na estrada há 18 anos, uma vida já. E em uma carreira difícil, em que se tem que lutar muito para se manter em atividade. Tenho diversos amigos, ótimos atores, que ficaram no meio do caminho. Fico feliz por estar trabalhando sempre!”
Comparando os dois personagens, que têm perfis opostos, Luka não pestaneja na hora de afirmar que o capataz de agora é o que exige mais esforço na hora de contracenar com atores mirins. Afinal, segundo ele, é um tipo que tem na sua essência fazer o mal. Mas na hora de destacar os trabalhos que lhe deram maior prazer em fazer, Luka ressalta o jogador de futebol Túlio que ele encarnou no cinema em “Heleno – O Homem Que Chutava Com a Cabeça”, filme estrelado por Rodrigo Santoro e que conta a trajetória do ídolo e craque do Botafogo na década de 40. Vale lembrar que na Globo ele também atuou nas novelas “Salsa e Merengue”, “Suave Veneno”, “Cara e Coroa”, “Vira Lata”, “Anjo Mau”, “Malhação” e “História de Amor”, esta atualmente sendo reprisada no canal VIVA.
“Alguns trabalhos foram bem importantes. O meu primeiro vilão, o Samurai em “Pequena Travessa”, por toda a composição e estudo, já que eu vinha daquela pegada do galãzinho jovem na Globo. E o Túlio no longa “Heleno”, também foi marcante, pelo fato de trabalhar com o diretor José Henrique Fonseca e com o Santoro, que tem feito bons filmes. Mas o que teve maior repercussão, sem dúvida alguma, foi o Zulu de “Meu Bem Querer”, ele era filho da personagem da Arlete Salles, irmão da Taís Araújo e fazia par romântico com a Samara Felippo. Foi meu primeiro personagem grande e com importância na trama em uma novela global.”
Além de ator, Luka tem uma forte ligação com a música. Já foi vocalista de uma banda por seis anos, apresentou um programa de rádio no Rio de Janeiro por um ano e recentemente voltou a fazer shows com o grupo “Luka Ribeiro e Banda”, que toca pop rock nacional dos anos 80, 90 e 2000 em versões inéditas. E ele acredita que essa paixão vem por influência do meio musical em que cresceu por ser filho de Lady Hilda, ex-vedete que brilhou nos anos 60 no Teatro de Revista - eram espetáculos musicados ousados e críticos que passavam “em revista” os principais acontecimentos do momento, sobretudo na política, com muita improvisação, luxo e humor refinado.
“Sempre fui muito musical na minha infância, convivi por causa da minha mãe, uma das maiores vedetes do Teatro de Revista, com artistas como Sidney Magal, Elizete Cardoso, Ângela Maria, entre outros. Depois, na adolescência tive banda, e para montar outra quando adulto foi um pulo. No ano passado a gente tocou bastante, quase todos os finais de semana, no Rio e em cidades vizinhas. Mas por conta de “Chiquititas” tenho diminuído um pouco o ritmo de shows.”
Como sua participação não deve ir até o fim da novela, que tem previsão de ficar no ar até março de 2015, Luka já começa a pensar em voltar ao teatro no segundo semestre, montando uma comédia para adultos. A diversificação nas atividades, no entanto, não lhe tira o foco de sua família. Casado com a modelo e figurinista Ariane de Andrade e pai de Valentina, de 5 anos, o ator garante que a filha está sempre em primeiro lugar, mesmo que sua agenda esteja lotada.
“Com certeza, Valentina é minha prioridade, sua criação e acompanhamento. Minha filha é o grande amor da minha vida, a razão pela qual eu levanto todos os dias. Mas também conto com a incrível ajuda da minha mulher, que é uma mãe exemplar e segura muito as pontas. É ela que mantém as coisas em ordem e minha cabeça tranquila para os trabalhos. Minha família é tudo que eu tenho.”
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