domingo, 10 de março de 2013

Por onde anda: Ana Olívia Seripieri, a ex-chiquitita Tati

ANA OLÍVIA SERIPIERI, A EX-CHIQUITITA TATI (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Ana Olívia Seripieri era a caçulinha da primeira temporada de "Chiquititas". Tati, sua personagem, permaneceu na novela até a penúltima temporada, encerrada em 1999 e a atriz mirim é lembrada até hoje pelo refrão de uma das músicas-tema de seu papel: "Mentirinhas".
Cursando o terceiro ano do curso de administração, Ana Olívia trabalha em uma empresa multinacional. "Gosto da minha profissão e quando me reconhecem como a chiquitita também não enxergo problema", diz ela, que enaltece o apoio da família para que não ficasse deslumbrada. "Tinha o salário maior do que muito pai de família no Brasil, mas não é por isso que eu ia sair esbanjando."

QUEM: Qual a maior recordação que você tem daquela época?

Ana Olívia Seripieri: A minha maior recordação é que tive uma infância especial. Fui para a Argentina com 8 anos e voltei com 12. Existia muito trabalho, mas muita diversão também. Imagine só: trabalhava com amigas e, na volta para casa, morava no mesmo prédio que as minhas amigas. Brincávamos de Barbie, andávamos de patins. Era um tempo bom.

QUEM: E a maior dificuldade por estar fora do país desde tão novinha?

A.S.: Acho que a escola foi a maior dificuldade. Na Argentina, diferentemente do Brasil nos anos 90, o Ensino Fundamental já tinha até a 9ª série. Quando fui para lá, fui matriculada na 2ª série, mas boa parte do conteúdo que aprendia na escola já tinha estudado na 1ª série daqui. Vi tudo repetido e nem sempre compreendia o idioma deles. Acho que essa foi a parte mais crítica. Eu ia muito bem - especialmente em Matemática, que é universal - mas nem sempre me fazia entender. No começo, eu não queria ir para escola porque tinha o agravante de eu não entender a língua deles. Mas, com o tempo, tirei de letra. Virei até líder de classe. Até ajudava a organizar os passeios que a turma da escola fazia à tarde, embora eu não fosse porque tinha as gravações.

QUEM: Sua personagem, a Tati, era para ter ficado menos tempo na novela. No entanto, ela ficou quase até a penúltima fase. Quando você soube que sairia, foi pega de surpresa?

A. S.: Tive muito respaldo da minha família. Sabia que não ia viver da fama e do glamour para sempre. Tinha o pé no chão. Quando fui contratada, sabia que a minha participação duraria oito meses. Esse era o contrato inicial. Chegando na Argentina, acompanhávamos a 'Chiquititas' de lá e eu tinha noção que a Tati não duraria muito. Mas houve um apelo popular para que a Tati ficasse. Chagavam pedidos e acabaram aceitando isso. Na história argentina, a Tati acaba no fim da primeira fase. Ela vai embora do orfanato com a irmã porque voltam a viver com o pai. Na brasileira, ela reencontra o pai, vai viver com ele e a irmã, Vivi [Renata Del Bianco], mas não se adapta e pede para voltar ao orfanato. Nesta volta dela ao orfanato, a personagem da Tati acaba assumindo o papel que seria da Cris [Francis Helena]. Permaneci até a penúltima fase e deixei o elenco em 1999. Na última fase, a do Celeiro, era muito bem dividido o núcleo infantil e o núcleo adolescente. Eu já não era uma criancinha, mas também não era a adolescente, pronta para ter romancinhos na novela. Não tinha como prosseguir na trama e acabei saindo. Quando fui embora, claro, teve chororô, mas acho que fiquei o tempo exato.
RODEADA POR CHIQUITITOS, ANA OLÍVIA DURANTE GRAVAÇÃO DO CLIPE "APAIXONADA POR TODOS" (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)

QUEM: Como foi a sua vida após "Chiquititas?

A. S.: Durante dois anos, fiz parte de um grupo de teatro com outros ex-chiquititos e me apresentei com a peça "Vida de Artista". Depois, por meio de um convite do diretor Fernando Rancoletta, fiz "Pequena Travessa" (SBT, 2002). Atuei na peça "O Cravo e a Rosa", com o Francisco Abreu, que foi o Tatu em "Chiquititas", e voltei para a TV em "Amigas e Rivais" (SBT, 2008), integrando o núcleo cômico. Além disso, fiz outras duas ou três peças de teatro. Teatro é o contato direto com o público, muito gostoso de fazer. Mas, eu não abandonei a ideia de fazer faculdade porque sempre achei importante ter uma segurança que a carreira de atriz não traz.

QUEM: Qual faculdade?

A.S.: Administração. Artes cênicas não seria porque tirei o DRT com 12 anos por horas trabalhadas (risos). Ainda que eu tivesse me deslumbrado como a carreira artística, eu não deixaria de lado a ideia de fazer faculdade. Minhas opções eram administração, relações públicas ou economia e optei por administração. Estou no 3º ano e o curso tem ênfase em comércio exterior. Trabalho em uma empresa multinacional e uso muito o espanhol, que aprendi enquanto morei na Argentina fazendo "Chiquititas". Trabalho em contato direto com países latino-americanos.

QUEM: E você se considera realizada?

A.S.: Eu sou muuuuuiito feliz. Mesmo. Gosto da minha profissão e quando me reconhecem como a chiquitita também não enxergo problema. Não tem problema em ser reconhecida como a chiquitita mesmo andando pela empresa. Na faculdade também tem gente que fala: "A chiquitita está na sala" com aquele olhar de surpresa, e outro responde: "Não, não pode ser ela". Mas, claro que pode. A minha rotina não deve ser muito diferente da sua.

QUEM: Algumas chiquititas casaram, tiveram filho. E você?

A.S.: Não, eu não (risos). Não casei, não tive filho. Namoro, mas não faz muito tempo. Então, essas ideias de casar e ter filhos não fazem parte dos meus planos para agora.

QUEM: Tem vontade de trabalhar como atriz?

A. S.: O futuro a Deus pertence. Daqui a um mês pode ser que surja uma oportunidade de voltar a atuar e, quem sabe, eu aceite. Se eu te disser hoje, "não quero voltar a atuar" você pode pensar "ih, ela mentiu para mim". Na minha vida, tudo aconteceu no tempo certo. Fui famosa e não tenho vontade de ficar vivendo só do passado, de uma coisa que já passou.

QUEM: Você passou dificuldades financeiras?

A.S.: Tive muito respaldo, como já disse, da minha família. Eles me ajudaram a administrar porque eu, claro, criança, não tinha noção de como seria a melhor forma de cuidar do dinheiro. Tinha o salário maior do que muito pai de família no Brasil, mas não é por isso que eu ia sair esbanjando. Não era tudo o que eu queria, que eu tinha, mas também não era uma vida de privações. Tive o meu dinheiro, e graças a ele, vindo de
"Chiquititas", tenho um apartamento hoje. Mas também sei de histórias tristes de outras pessoas que não tiveram essa mesma sorte, que hoje enfrentam mais dificuldades.

QUEM: Vocês tinham rivalidade? Com quem manteve o contato?

A.S.: Não existia rivalidade porque cada uma tinha o seu espaço. Na novela, tinha a romântica, a vilãzinha, a chorona... Como eu era uma das primeiras junto com a Aretha [Oliveira, a chiquitita Pata], tínhamos o papel de acolhimento, de receber os novos. E a maioria dos que entraram depois eram nossos fãs, porque viam a novela. Era engraçado isso. Mantenho contato com uma patotinha. A Gi Medeiros [chiquitita Dani], a Mariane Oliva [chiquitita Marian], a Aretha, a Victoria Rocha [chiquitita Nádia], o Pierre Bittencourt [chiquitito Mosca].

QUEM: Sente saudade de alguém?

A.S.: Vejo que foi uma fase boa, mas não fico querendo reviver. Sinto saudade dos shows. Era muito bacana participar, vínhamos para São Paulo e para o Rio de Janeiro. Era sempre uma grande produção.

QUEM: Existe o rumor de que o Silvio Santos quer fazer a nova versão de "Chiquititas". Você participaria?

A.S.: Só se eu fosse a Tia Carolina (risos). Seria até interessante uma nova versão. Não digo que jamais faria.

Fonte: Revista QUEM

Por onde anda: Renata Del Bianco, a ex-chiquitita Vivi

RENATA DEL BIANCO, A EX-CHIQUITITA VIVI (FOTO: DIVULGAÇÃO)

"Acredito que falta a percepção de que cresci e amadureci", afirma ela, que hoje estuda medicina veterinária


Entre os 11 e 12 anos, Renata Del Bianco participou de "Chiquititas" como a doce e meiga Vivi. A atriz, atualmente com 25 anos, interpretava uma órfã sempre paquerada pelos chiquititos. Ainda que tenha participado apenas da primeira fase da novela, ela é lembrada até hoje pelo papel, embora esteja afastada da área artística, cursando a faculdade de medicina veterinária, desejo que manifestava desde a época em que atuava na trama infantil.
Depois de participar da novela, Renata chegou a participar do grupo infantil As Crianças Mais Amadas do Brasil, gravou CD, fez comerciais, atuou em espetáculos teatrais infantis - inclusive "A Bela e a Fera", substituindo Fernanda Souza -, mas seu nome voltou aos holofotes ao estrelar um ensaio sensual com a ex-BBB Angélica Morango, divulgado em outubro de 2010. Ela afirma ter ficado surpresa com a repercussão e as especulações - infundadas - de que viveria um romance com a amiga.
Embora não se importe em ser lembrada pelos tempos de chiquitita, ela afirma: "Acredito que falta a percepção de que cresci e amadureci".

QUEM: O que tem de mais marcante da época de Chiquititas?
RENATA DEL BIANCO:
 Tudo! Foi uma fase muito boa e contribuiu muito para o desenvolvimento do que sou hoje.


QUEM: Ao sair de "Chiquititas", você integrou o grupo As Crianças Mais Amadas do Brasil e viajou pelo país. Foi aí que tomou noção do sucesso que fazia?
R.B.: 
Com certeza. Enquanto gravava a novela, vinha para o Brasil uma vez a cada três meses, tinha pouco contato direto com o público. Quando subi ao palco para o primeiro show e me deparei com 45 mil pessoas gritando meu nome foi quando a ficha caiu.


QUEM: Quais os pontos positivos e negativos da fama?
R.B.:
 Não há nada que pague o reconhecimento por um trabalho feito com tanto amor e dedicação. Por outro lado, a fama é sedutora, ela te envolve e quando menos esperar: te vicia. Nenhum vicio é saudável.


QUEM: Em algum momento o sucesso te deslumbrou?
R.B.:
 Acho que sim, eu era muito nova mas sempre contei com minha família para me orientar e me dar apoio tanto nos momentos bons quanto nos momentos ruins.
RENATA DEL BIANCO ATUALMENTE CURSA A FACULDADE DE VETERINÁRIA (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)

QUEM: Você iniciou faculdade de biomedicina e atualmente cursa medicina veterinária. Por que carreiras que nada têm a ver com o meio artístico?
R.B.:
 Ser atriz foi algo que não tive muito tempo de planejar, aconteceu e me apaixonei. Já a medicina veterinária foi algo que sempre amei, passei a vida inteira me preparando para isso.


QUEM: O meio artístico te decepcionou de alguma forma? Faltaram oportunidades?
R.B.:
 De forma alguma. Nunca me faltaram oportunidades. Me formei em canto e teatro. Há 14 anos atuo na área.


QUEM: Ser lembrada como chiquitita até hoje te incomoda de alguma forma?
R.B.:
 Não me incomoda. Ter feito parte de "Chiquititas" me abriu muitas portas, mas acredito que falta a percepção de que cresci e amadureci.


QUEM: Após o auge do sucesso, você passou por alguma crise de identidade ou financeira?
R.B.: 
Nenhuma crise. O meu trabalho sempre foi em conjunto com a estrutura familiar, nunca foi o centro dela.


QUEM: Tem contato com alguém do elenco?
R.B.:
 Graças às redes sociais, reencontrei grande parte do elenco. Vira e mexe nos encontramos.


QUEM: Você chamou a atenção ao estrelar um ensaio sensual com a ex-BBB Angélica. Imaginava que a repercussão seria tão grande?
R.B.: 
Não! Tomei um susto quando o ensaio saiu e as especulações que criaram na época.


QUEM: Faria um novo ensaio sexy ou até mesmo um ensaio nu?
R.B.: Fiz o ensaio em uma época em que o meu foco era outro. Atualmente, não tenho planos para isso.

QUEM: Voltar a atuar é possibilidade descartada ou tem vontade?
R.B.: 
Atualmente, minha dedicação é integral para minha estabilidade profissional na área que escolhi. Mas amo o teatro. Tenho três peças guardadas na minha cabeceira esperando a hora de eu dar o 'ok' e nada me impede de conciliar os dois trabalhos futuramente.


QUEM: Algumas chiquititas casaram, tiveram filhos. E você? Casou, teve filhos, tem vontade?
R.B.:
 Não casei, ainda. Minha carreira é o primeiro capítulo, casamento e filhos são o segundo e terceiro, respectivamente.


Fonte: Revista QUEM

Por onde anda: Giselle Medeiros, a ex-chiquitita Dani

GISELLE MEDEIROS, A EX-CHIQUITITA DANI (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Atriz conta que levou um choque ao voltar para o Brasil: "Não tinha ideia do sucesso que a novela fazia, me assustei"

Na pele da órfã Dani, Giselle Medeiros participou da primeira fase de "Chiquititas" e chamou a atenção especialmente na época em que a personagem se acidentava e ficava em uma cadeira de rodas. Por conta do papel, ela cortou o cabelo - que estava abaixo dos ombros - bem curtinho.
Depois de sair de "Chiquititas", em meados de 1998, integrou o grupo As Crianças Mais Amadas do Brasil e viajou pelo país com shows. Foi aí que teve a noção do quanto era conhecida no país. "Fãs correndo atrás de mim com tesoura para pegar um pedaço do meu cabelo", lembra a atriz, de 25 anos, que atuou na trama quando tinha 10.
Giselle fala tranquilamente, lembra com ternura dos tempos de chiquitita e não descarta a possibilidade de voltar a atuar. Formada na Escola de Atores Nilton Travesso, experiente diretor de TV que revelou nomes como Ana Paula Arósio, ela atualmente trabalha fora do meio artístico como assistente bilíngue.
GISELLE MEDEIROS NA ÉPOCA DE "CHIQUTITAS" (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)

QUEM: Qual a melhor recordação da época de "Chiquititas"?
GISELLE MEDEIROS: O diretor dizendo: "Ação!". É também do que eu mais sinto falta.

QUEM: Qual foi a maior dificuldade ao ir morar na Argentina?
G.M.: Sem dúvidas, foi ficar longe da minha avó. Sou muito apegada com minha nona, sentia muita falta dela. Só de recordar da distância meu coração já aperta.

QUEM: Você mudou radicalmente o visual durante a novela. Como reagiu ao saber que teria que mudar o corte de cabelo? Gostou?

G.M.: Foi uma mistura de sentimento. Orgulho pelo fato de confiarem em mim, no meu trabalho e me darem um destaque na trama. Foi uma fase delicada para a personagem, bem dramático, o que na versão Argentina não ocorria com meu personagem! Mas também sofri por ter que cortar o cabelo, me sentia um menininho, uma vez fui ao Parque De La Costa com a Ana Olívia [Seripieri,a chiquitita Tati], e quando fomos comprar um refrigerante o garçom serviu a Ana primeiro dizendo: "primeiro as damas". Nossaaaaaaa, isso acabou comigo, até hoje sofro para cortar o cabelo (risos).

QUEM: A notícia que deixaria o elenco de "Chiquititas" te pegou de surpresa? Ficou triste?

G.M.: Essa foi uma decisão da minha mãe. Fiquei triste, mas ela havia abandonado tudo para me acompanhar, respeitei a decisão e a apoiei. Senti muita falta da galera, falta de decorar os textos, gravar, mas fiquei feliz por ficar mais próxima da minha família, foi o que me ajudou.

QUEM: Durante um tempo, você fez shows com o grupo As Crianças mais Amadas do Brasil? Como foi a experiência?


G.M.: Foi um choque. Não tinha ideia do sucesso que a novela fazia, me assustei. O primeiro show, com estádio lotado, todos gritando meu nome, foi uma loucura. No final, fãs correndo atrás de mim com tesoura para pegar um pedaço do meu cabelo, foi assustador e lindo!
DURANTE DESFILE DA ESCOLA DE SAMBA PAULISTANA VAI-VAI, EM 2008, COMO PASSISTA (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
QUEM: Você gostaria de voltar a trabalhar no meio artístico?

G.M.: Atuar é o que me dá sentido a vida. Voltar a atuar é o que mais pulsa em mim. Aparecer por aparecer, para mim, não faz sentido nenhum, mas me falta tempo, oportunidades, infelizmente aqui no Brasil, se você não está na mídia, tem dificuldades em conseguir patrocínio. Bancar financeiramente um projeto, pra mim, é inviável. Estou na luta, não desisti e não conseguiria desistir, é mais forte que eu.

QUEM: Quem era sua melhor amiga na época? Existia alguma rivalidade entre as chiquititas?

G.M.: Era muito próxima da Ana Olívia Seripieri. Rivalidade, se existia, não percebi. Éramos como uma família! Sinceramente? Mais fácil rivalidade entre as mães do que entre as crianças. Era tudo tão mágico, outro país, idioma diferente, escola nova, gravação, tinha coisa melhor para fazer (risos).

QUEM: Com quem você perdeu o contato e gostaria de conversar novamente?

G.M.: Sinto falta da Ana Olivia, pois está morado longe de mim. Mas sinto muita, mas muita falta é da Beatriz Botelho [a ex-chiquitita Ana], aqui no Brasil criamos um elo forte e, atualmente, não temos o tempo livre de antigamente.

QUEM: Como é a sua vida hoje?


G.M.: Me formei na Oficina de Atores do Nilton Travesso, escrevi um curta "Eu Uso Minissaia". Casei esse ano. Trabalho fora da área artística, como assistente bilíngue, o que consome grande parte do meu tempo. Me formei também em Gestão da Comunicação Empresarial e vivo me reciclando nos workshops de interpretação, cinema, TV.
GISELLE MEDEIROS (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Fonte: Revista QUEM

Por onde anda: Aretha Oliveira, a ex-chiquitita Pata

ARETHA OLIVEIRA, A EX-CHIQUITITA PATA (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Única atriz do elenco mirim a ficar do começo ao fim, hoje ela atua em produções de TV argentina

Aretha Oliveira foi a única chiquitita que atuou do começo ao fim da trama, permanecendo na novela de julho de 1997 a janeiro de 2011, sempre com destaque expressivo na história infantil. Paulistana, a atriz, de 27 anos, voltou a morar em Buenos Aires há cerca de quatro anos e se divide entre o Brasil e a Argentina desde então. Ela conversou com QUEM, por telefone, direto da capital argentina.
Famosa por ter interpretado a ex-menina de rua Pata, Aretha acredita ter ficado marcada pela personagem, mas não faz disso um bicho de sete cabeças. Na volta à Argentina, estudou canto, dança e comédia musical e conquistou novas oportunidades de trabalho. Ela também assegura nunca ter sofrido preconceito racial por lá. "Não sofri preconceito em nenhum momento, nem no colégio, nem no trabalho. Como na Argentina tem poucos negros, eles acham linda a cor", afirma a atriz, que namora um argentino atualmente.

QUEM: Qual a melhor recordação da época de Chiquititas?

ARETHA OLIVEIRA: São tantas coisas. Como eu era muito criança, acho que não tinha tanta noção da oportunidade de viver fora do Brasil, mas certamente foi uma grande chance. E eu achava que "Chiquititas" duraria como uma novela normal - de oito a dez meses no máximo.

QUEM: Qual foi a maior dificuldade ao ir morar na Argentina?

A.O.: Sofri um pouco porque tive que deixar os amigos, o pai, o irmão, o cachorro aqui. Só fui para a Argentina com a minha mãe. Mas, depois, você cria novos amigos. Sem falar que a produção acaba te acolhendo.
COM PIERRE BITTENCOURT, O CHIQUITITO MOSCA, SEU IRMÃO NA NOVELA (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)

QUEM: Você permaneceu durante toda a trama. Em que momento se tocou o sucesso que era ser chiquitita?

A.O.: A gente não tinha noção de todo o sucesso que era. Na primeira vinda para o Brasil, depois da estreia, deu para perceber, mas acho que a gente não teve toda a dimensão. Quando vínhamos para o Brasil, era rápido. Ficávamos no hotel e a vida era do hotel para o SBT, do SBT para o hotel. Vir para o Brasil participar dos programas e ver os fãs era como se fosse um sonho. Quando voltávamos, era vida normal. Escola e trabalho. As vindas para o Brasil eram um flash. Só tive noção real quando a novela acabou de ser gravada e eu voltei para o país. Era reconhecida direto.


QUEM: E ainda é lembrada pela Pata?

A.O.: Até hoje eu sou reconhecida em todos os lugares (risos).


QUEM: Você permaneceu em "Chiquititas" durante as cinco fases e a Pata sempre teve uma participação expressiva na história. Acredita que tenha ficado marcada, rotulada?

A.O.: Acredito que sim. Foi um trabalho de muitos anos. Muitos anos no mesmo papel e eu continuo muito parecida fisicamente. Pelo menos é o que dizem. Quando acabou a novela já ia fazer 16. Acho que não mudei tanto de lá pra cá. Quem saiu mais nova, mudou mais.

QUEM: Você imaginava que fosse ficar até o fim de "Chiquititas"?

A.O.: A gente sabia que as fases iam mudar, teve uma hora que eu pensei que fosse sair. Mas eu não sofria. Se tivesse que voltar, sabia que teria minha vida com a minha família aqui. Por outro lado, eu sofria muito a cada saída. Cada um que partia era um amigo. Eu sofria tanto com cada despedida que teve um momento em que eu cheguei a pensar: "deve ser mais fácil para quem está saindo do quem para quem fica" (risos).
ARETHA OLIVEIRA E MARIANE OLIVA, A CHIQUITITA MARIAN, EM 1999 (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)

QUEM: E a notícia que a novela ia acabar, te pegou de surpresa? Ficou triste?

A.O.: Foram muitas incertezas. Primeiro, a novela ia acabar, depois não ia. Depois ouvíamos comentários de quem a novela continuaria a ser gravada, mas não mais na Argentina e sim nos estúdios do SBT, em São Paulo. Essa parte de indefinições foi bastante sofrida. Até que, um dia, teve uma reunião avisando que a novela deixaria de ser feita.


QUEM: E aí? Como foi receber essa notícia?

A.O.: O sofrimento não era tanto pelo fim da novela. Sofrido, para mim, foi deixar os amigos que tinha feito na Argentina, a equipe de produção.


QUEM: Quem eram suas melhores amigas na época?

A.O.: A Francis HelenaMariane Oliva e a Fernanda Souza. Fui madrinha do casamento da Francis. Dos adultos, eu encontrei na semana, aqui em Buenos Aires, a Débora Olivieri [a vilã Dona Carmen], foi muito gostoso. Tinha tanta gente querida entre o elenco. Com a Flávia Monteiro, tenho contato por Facebook. Eu me dava muito bem com todos. Também tenho saudade do Gésio Amadeu [o chefe Chico].
NA ARGENTINA, ARETHA OLIVEIRA PARTICIPA DE GRAVAÇÃO DE UM NOVO SERIADO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

QUEM: Você está morando na Argentina. Por que voltou a morar aí?

A.O.: Tenho muito amigos, fiquei muito apegada à Argentina. Quando acabei a faculdade há quatro anos, decidi voltar, fiz cursos e fui ficando. Nunca foi algo do tipo "vou mudar definitivamente para a Argentina". Vou e volto. Estudei comédia musical, canto e dança. Foram surgindo alguns trabalhos. No ano passado, gravei um programa para a Discovery, que ainda vai estrear. O papel maior foi em uma novela chamada "Resistire", da mesma emissora que é de "Chiquititas". Também atuei nos seriados "Simuladores" e "Graduados".


QUEM: E você fez papel de brasileira na novela daí?

A.O.: Sim, foi uma brasileira. E o mais difícil para mim foi falar em portunhol. Tenho fluência no espanhol, então me sinto muito estranha ao ter que falar errado (risos).


QUEM: E como é a vida aí?

A.O.: Eu adoro Buenos Aires. Tenho um namorado argentino, moramos em um apartamento de Almadra. Eu o conheci bem depois de "Chiquititas" e ele não é do meio artístico. Aqui, tenho algumas oportunidades de trabalho. Atualmente, estou trabalhando em um projeto de dublagem.
ARETHA COM FLÁVIA MONTEIRO, AS DUAS ATRIZES QUE ATUARAM DO COMEÇO AO FIM DA NOVELA (FOTO: DIVULGAÇÃO/SBT)

QUEM: Depois que você saiu de "Chiquititas", você chegou a fazer teatro e atuar em alguns comerciais. Tem vontade de voltar para a TV?

A.O.: Quando acabei Chiquititas, estava cansada e queria realmente dar uma parada. Queria descansar. Depois, fiz algumas peças como "O casamento da Dona Baratinha", "Chapeuzinho Vermelho", "A Casa Caiu" e "As Mona Lisas".


QUEM: Você também fez uma campanha política?

A.O.: Mas acho que passou só em Minas. Fiz publicidade. Não foi só essa campanha.


QUEM: E a vontade de voltar a trabalhar no Brasil?

A.O.: Eu tenho vontade de trabalhar aí. Sendo um trabalho bacana eu aceitaria, claro. Nunca deixei meu país. Vou e volto. Verão, por exemplo, eu adoro passar no Brasil. Voltar a fazer TV seria maravilhoso.


QUEM: Algumas chiquititas enfrentaram dificuldades após deixar a novela. E você?

A.O.: Por sorte, não tive nenhum problema, tenho uma família que sempre me apoiou. Sempre fui muito pé no chão, estrutura familiar é tudo. Eu nunca me senti nada a mais do que ninguém. Quando o trabalho acabou, acabou. Em nenhum momento fiquei abalada, depressiva, passando necessidade.


QUEM: Você já sofreu alguma forma de preconceito?

A.O.: Antes de nos mudarmos, minha mãe ficou um pouco assustada com o possível preconceito. Uma amiga foi alertá-la e minha mãe conversou com a produção sobre essa questão. Como resposta, ela escutou: "Ela vai ter um problema: Não vão deixar ela ir embora de lá" (risos). E é verdade. Nunca tive problema, nunca mesmo. Falam muito da rivalidade entre Brasil e Argentina, mas é só no futebol mesmo. Não sofri preconceito em nenhum momento, nem no colégio, nem no trabalho. Eles amam. Como na Argentina tem poucos negros, eles acham linda a cor. Nunca fui vítima.

Fonte: Revista QUEM

Fernanda Souza relembra "Chiquititas": " Sinto muita saudade daquela época"

FERNANDA SOUZA, A EX-CHIQUITITA MILI (FOTO: AGNEWS E DIVULGAÇÃO)

Na pele da órfã Mili, atriz interpretou a líder da turma durante as duas primeiras fases da novela

Foi na pele da órfã Mili que Fernanda Souza ganhou projeção e virou ídolo nacional no fim dos anos 90. Quando foi aprovada no teste para viver a protagonista infantil da novela do SBT, a atriz já acumulava cerca de 200 comerciais, além de ter trabalhando no programa educativo "X-Tudo" (Cultura) e atuado no seriado "Retratos de Mulher" (Globo), além da novela "Razão de Viver" (SBT).
Pouco antes de conversar com a reportagem de QUEM, em pleno domingo (22), Fernanda assistia ao quadro "Dança dos Famosos", que tinha Nelson Freitas, seu colega na novela infantil, entre os jurados. "O Nelson Freitas é uma das pessoas mais engraçadas que eu conheço... Dou risada com ele desde a época que ele era o 'Tio Fernando'!"
NESTE ANO, NOS BASTIDORES DE UM ENSAIO, FERNANDA DANÇOU A MÚSICA "REMEXE" COM AMIGOS (FOTO: REPRODUÇÃO/TWITTER)

"Chiquititas" foi um divisor de águas na vida de Fernanda e ela não nega isso. Em seu blog, já chegou a afirmar em um post de 2008: "Minha vida é a.C. e d.C., mas o 'C' é de 'Chiquititas'". No Twitter, a atriz também fala com carinho sobre o trabalho.
Direto do túnel do tempo...
A atriz fala com carinho sobre o período em que morou na Argentina por conta das gravações da trama. "As recordações mais gostosas daquela época são as gravações, a espera pra gravar, a bagunça no camarim! Tudo era divertido... E mais ainda: as vindas ao Brasil, porque víamos nossas famílias e vivíamos aquele sucesso todo, que em Buenos Aires não existia, já que a novela não ia ao ar lá", afirmou a QUEM. "Não lembro de mico nenhum. Já se passaram 15 anos", disse, entre risos.
Fernanda conta que sente falta daquela fase. "Sinto muita saudade daquela época! Era tudo muito novo, especial. Gravar as cenas, os clipes! Todas nos sentimos saudade, crescemos juntas", diz.
FERNANDA SOUZA EM DIFERENTES FASES DE "CHIQUITITAS" (FOTO: REPRODUÇÃO)

Música preferida
Constantemente questionada nas redes sociais sobre os tempos de chiquitita, Fernanda já contou que sabe até hoje a coreografia de "Amigas" - que teve o clipe gravado na Avenida Paulista e no Memorial da América Latina - e que sua música preferida é "Tudo, Tudo" - hit do primeiro CD, com clipe gravado no Parque da Independência do Museu do Ipiranga, em São Paulo.
Ainda nas redes sociais, ela admitiu que não era sua voz nos álbuns da novela. "Recebi muitas mensagens tristes depois que contei que nunca cantei sequer uma música de 'Chiquititas'! Sorry, mas eu tentava dublar super! Fui fazer a sincera e contar que não era eu que cantava e agora acabei com a infância de todo mundo!"
COM O ELENCO DE "CHIQUITITAS" DURANTE A GRAVAÇÃO DO CLIPE "BRINQUEDO PRA MONTAR", FAIXA DO SEGUNDO CD, LANÇADO EM 1998 (FOTO: REPRODUÇÃO)

"Não perdi a minha vida de criança, só tive uma infância diferente"
Em entrevista recente à revista QUEM, Fernanda afirmou que não considera que tenha perdido a infância por conta do trabalho. "'Chiquititas' foi uma grande diversão, e o juizado controlava nossas horas de trabalho. Se passasse das seis horas, eles interrompiam a gravação. Tinha que frequentar o colégio e tirar notas boas. No fim de semana, tinha uma van à disposição para nos levar aos pontos turísticos de Buenos Aires. Só sentia o sucesso da novela quando a gente vinha ao Brasil. Aí, sim, era uma loucura. Mas durava poucos dias, porque ninguém conhecia a gente na Argentina. Até de oferta de droga eu fiquei de fora. Quem trabalha desde criança traz essa magia, esse respeito. Não perdi a minha vida de criança, só tive uma infância diferente."
Primeiro beijo em cena
O primeiro beijo da vida de Fernanda também aconteceu na ficção. "Não tive a oportunidade de ter meu primeiro beijo na vida privada. Foi com o ator Paulo Nigro, que fazia meu par romântico. A atriz Aretha Oliveira, que fazia a Pata, expulsou todo mundo do estúdio. Eu chorava e dizia que não queria beijar pela primeira vez na frente das câmeras. Mas vi que não foi nada de mais. Sempre que encontro o Paulo, eu digo: “Ei, primeiro beijo”, e caímos na risada. Foi um momento roubado de mim, eu era BV (boca virgem) e perdi minha virgindade de boca em cena. Mas o segundo foi na vida real."

Fonte: Revista QUEM