sábado, 15 de agosto de 2015

'Chiquititas' chega ao fim consolidando dramaturgia infantil do SBT

Quando “Chiquititas” estreou em julho de 2013 no SBT, ela não tinha uma das tarefas mais fáceis de realizar. A missão era substituir o fenômeno “Carrossel”, que havia alavancado o horário das 20h30 e fazer com que a emissora continuasse brigando efetivamente pelo segundo lugar mais uma vez.
Um programa pode até mudar a audiência de uma faixa, mas quem muda a posição de um canal são as telenovelas. E “Chiquititas”, apesar de ser um remake bastante recente, “apenas” 16 anos depois de sua exibição original, surpreendeu.
Surpreendeu pela franca evolução em fazer dramaturgia infantil. Pela produção, pelos atores cirurgicamente escolhidos – como Manuela do Monte para viver Carolina, um grande acerto -, mas teve alguns percalços no meio do caminho. Afinal, com 545 capítulos em mais de dois anos de exibição isso seria inevitável. 
“Chiquititas” carrega o título de a segunda novela mais duradoura da televisão brasileira, perdendo apenas para “Redenção”, da extinta TV Excelsior, de 1966, com 596 capítulos.

Travada
Entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, a trama teve problemas. Os índices caíram e os dois dígitos viraram apenas um, em virtude de um foco diferente dado na história. Os adultos começaram a ganhar espaço para desgosto dos pequenos, aliado também à falta de publicidade excessiva que tinha em programas da casa como o “Programa do Ratinho”, “Eliana” e “Domingo Legal”. Ao contrário de “Carrossel”, onde as crianças do elenco batiam ponto nessas atrações quase todas as semanas.
“Chiquititas” poderia ter sido até encurtada caso a situação permanecesse, já que ficou quase dois meses sem saber o que era dar dois dígitos de média.
Reviravolta
A direção da novela percebeu isso, assim como Iris Abravanel, que souberam dar a volta por cima, focando novamente nos conflitos infantis, e assim “Chiquititas” retomou os dois dígitos e a vice-liderança isolada, que vinha sendo alternada com a Record.
Apesar da oscilação de audiência, o remake sempre foi um sucesso comercial. A trama termina com cerca de 350 produtos licenciados e com uma vendagem de discos que bateram as 300 mil cópias.
Consolidação
A novelinha teve seus momentos, ainda que poucos, de baixa, mas soube se reerguer e acima de tudo, veio para consolidar a dramaturgia infantil do SBT. Não foi um fenômeno como “Carrossel”, mas foi um sucesso que ajudou a emissora a se manter na briga pelo segundo lugar, sendo competitiva no tempo que esteve no ar.
Entregou em alta para que “Cúmplices de um Resgate” possa dar sequência à este segmento e formou novos talentos como Giovanna Grigio, Lívia Inhudes, dentre outros. Um verdadeiro celeiro de boas descobertas.
A direção, é claro, teve papel fundamental nesse sucesso. Reynaldo Boury mostrou sua sensibilidade e talento para trabalhar com crianças mais uma vez (já havia dirigido “Carrossel” e também dirige “Cúmplices”).
A mulher do patrão, Iris Abravanel, teve grande participação nesse sucesso, com seu time de colaboradores. Adaptar uma novela de 1997 e trazer ao universo de 2015 com toda essa tecnologia e tendo a missão de prender a criançada na frente da televisão, no horário nobre, também não é fácil. 

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