sexta-feira, 31 de julho de 2015

'Chiquitita' Giovanna Grigio fará peça teen: 'Estou me descobrindo mulher'

Giovanna Grigio, 17 anos, coleciona caras de espanto e perguntas de "quantos anos você tem mesmo?" quando é reconhecida nas ruas. A atriz, que durante dois anos deu vida a personagem querida do público infantil Mili, de "Chiquititas", no SBT, cresceu e deixou de lado a trama e os questionamentos juvenis. Giovanna se prepara para estrelar uma nova montagem do espetáculo "Confissões de Adolescente", com direção de Bia Oliveira e prevista para estrear em outubro.

Mais madura, ela comemora a possibilidade de viver uma história que está alinhada com a sua faixa etária. "Tive uma experiência incrível com 'Chiquititas' que no início foi um trabalho que tinha tudo a ver com o que eu estava passando na época, mas quando terminei já estava em outra esfera da minha vida. E em 'Confissões' estou no meu momento, estou muito em casa. Está sendo mais gostoso", contou ela, que interpretará a personagem de Maria Mariana, autora da peça original montada em 1992 e que depois deu origem a série na TV Cultura.

A autora é, inclusive, responsável pela supervisão do texto e traçou um paralelo entre as histórias das personagens originais com as atrizes que farão parte do elenco da nova versão de "Confissões". A  ideia é que as atrizes tragam um pouco de si para a peça relatando algumas experiências pessoais. "Não é um monólogo formal, mas na transição de um para o outro vamos colocar historinhas e características nossas. Estamos fazendo isso de forma natural. Conforme vamos conversando as experiências vão aparecendo. São histórias que todo adolescente tem, seja ele de 92 ou dos dias de hoje", explicou Giovanna.

Apesar de trazer um pouco de si para o palco, a atriz confessa não ter muita proximidade com os temas mais polêmicos da peça como sexo, aborto e drogas. "Pouca coisa disso é próxima da minha realidade para falar a verdade porque sou a mais nova do elenco e a que teve menos vivências. Tudo para mim aconteceu meio tarde. Das minhas amigas, eu fui a última a dar o primeiro beijo. Estou mais próxima do início da adolescência", disse ela, que cresceu em frente às câmeras, conta com mais de 300 produtos licenciados com seu rosto e tem milhões de fãs e seguidores na internet.


"Não acho que essas experiências tardias são por causa do trabalho exclusivamente. Talvez seja um pouco por isso, mas acho que é mais porque eu entendo que tenho o meu tempo de viver as coisas. Vejo que muitas meninas fizeram coisas antes do tempo mais pela curiosidade do que pelo que estavam vivendo e realmente queriam", ponderou.
Giovanna e a mãe, Janaina, mantém um relacionamento próximo e a adolescente garante que as duas conversam sobre tudo. "Eu e minha mãe somos muito amigas desde sempre. Ela conta para mim as experiências dela e isso foi muito importante para o meu crescimento pessoal. Vejo amigas que as mães podam demais ou liberam muito e isso nunca é bom. Minha mãe é mais liberal, mas ao mesmo tempo me prepara para se aparecer alguma coisa destrutiva na minha vida", afirmou.

Apesar de parecer uma adolescente de comercial de margarina, Giovanna diz que é lógico que também já ficou ansiosa e se preocupou com a aceitação do grupo. "Acho que todo mundo passa por isso. Das minhas amigas fui a última a beijar e estava louca para beijar logo para fazer parte do grupo. E depois que beijei vi que não mudou nada na minha vida. É muito mais uma coisa da cabeça da pessoa do que do grupo. Meu grupo é respeitador, nunca fez pressão para nada", falou.

Mesmo vivendo a fase considerada mais problemática da vida, ela diz que ainda não deu nenhum "defeito" grave: "Acho que minhas crises não são tão convencionais. Mas é claro que chega um momento que você está vivendo uma fase de melancolia e parece que está tudo mal, coisa de adolescente mesmo, e que depois passa. Nunca virei uma aborrecente. Acho que devia ser um pouco menos comportada (risos)".

Atualmente a atriz está passando uma temporada no Rio para focar nos ensaios da peça, mas ainda não pensa em se mudar definitivamente para a cidade. "Tenho que terminar o colégio em São Paulo e devo prestar vestibular para artes cênicas, mas não tenho pressa em fazer faculdade agora. Talvez estude idiomas e aproveite para viajar", comentou ela, que completa 18 anos em janeiro.

Para ela, a chegada da maioridade ainda não trouxe a sensação de ser uma mulher feita. "É meio complicado. Não me sinto mulher, mas não sou menininha, sou adolescente. Estou começando agora a descobrir o terreno da mulher. Ser menininha é legal, mas ser mulher também é", falou ela, que ainda não viveu um namoro formal.

"Eu tenho vontade de namorar, mas não sei se é o momento. Não acho que os meninos estejam fugindo de compromisso, se eu quisesse namoraria. Acho que hoje em dia não tem tanto namoro formal porque talvez as meninas não queiram mais tanto quanto queriam antigamente. No meu grupo, os meninos são sensíveis, sentimentais e fofos e as meninas são bem resolvidas e tem uma lista de motivos para não querer namorar", explicou.

Quando o assunto é qual a sua confissão de adolescente, Giovanna entrega: "Já falei que meu primeiro beijo foi tarde, estava com 15, quase 16 anos. Mas vou contar como foi. Foi um sucesso (risos). Eu tinha ouvido tanta história de que é horrível que fui esperando o pior e não foi tão ruim. Pode registrar: foi um sucesso e não me traumatizou".

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