sexta-feira, 4 de abril de 2014

Na televisão, atores mirins se perdem com diálogos de adultos

Um dos grandes desafios da televisão é encontrar crianças que atuem de maneira natural e que consigam, ao mesmo tempo, despertar a emoção do público. A história da teledramaturgia registra casos exemplares, embora ainda muito poucos, de estrelas que surgiram pequenas, como Gloria Pires, Isabella Garcia e, mais recentemente, Cecília Dassi e Bruna Marquezine.

Produções infantis servem, sobretudo, de celeiro de novos talentos. A primeira versão de Chiquititas revelou nomes como Fernanda Souza e Bruno Gagliasso. O remake atual também traz boas surpresas, como é o caso da protagonista Giovanna Grigio (Mili) e Julia Olliver (Pata). Carrossel (2012), também do SBT, trouxe para o público o trabalho de Larissa Maciel e Jean Paulo Campos, embora a garota já tivesse trabalhado em produções do cinema, como O Palhaço, do diretor Selton Mello.

Mas a principal característica das crianças, a espontaneidade, parece ficar perdida na televisão. A culpa, obviamente, não é delas, mas sim do texto que têm de interpretar. Chiquititas tem esse problema: apesar de ser uma novela pueril, os diálogos soam, em grande parte, adultos demais para os pequenos, não dão embocadura e o telespectador mais atento nota que aquilo é artificial.

Há de se considerar, porém, que o público-alvo de produções afins não dá lá muita importância para tanto, uma vez que, para as crianças, o importante é a magia da história que está sendo contada, e isso Chiquititas consegue passar.

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