sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Filosofias de vidas que aprendemos na infância com as músicas de “Chiquititas”

Montagem / Redação POP
Vocês sabem por que os irmãos Grimm escreveram os contos de fadas? Para educar as crianças e ensinar lições valorosas que envolvem nunca confiar em madrastas e tomar cuidado ao enfiar o dedo em uma roca. Mas e as lições de vida para as crianças que só sabem o que é roca porque procuraram no Google? Essas foram passadas pelas músicas de “Chiquititas” no fim da década de 1990 e retomadas agora com o remake de 2013. Se você não acredita no poder das lições de vidas das órfãs do orfanato Raio de Luz, sugiro você rever seus conceitos com os ensinamentos abaixo:
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A primeira lição do dia vem de “Coração com Buraquinhos”, cantada por jovens adultos bêbados em karaokês com direito a coreografia e tudo (espero que não seja só eu que faça isso). A canção cantada por Carolina para a jovem Maria apenas mostra como a vida não é fácil e vai colocar situações desagradáveis para se enfrentar. E como aqui não é um filme da Disney, a Carolina afirma que a menina vai se machucar e até cair com esses acontecimentos, mas importante é saber que depois sempre vem o sol e um grupo de órfãs dançando uma coreografia livremente inspirada nas do É o Tchan.
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Desde crianças fomos educados pela emissora do Sílvio Santos que a palavra não vale nada. Quantas vezes nós já não ouvimos uma mentira e acreditamos como se fosse algo dito pelo Papa Francisco? A não ser que você seja um especialista em discurso semiótico, a única maneira de encontrar a verdade é no olhar das pessoas. Uma lição valiosa, e depois elas ainda nos ensinaram que sopa é ruim e que a bruxa está maluca.
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Nessa música, a Carmen demonstra toda a sua amargura de vida reclamando da alegria das crianças, mas elas são mais poderosas e revidam as maldades da bruxa com indiretas. E sabem por que as indiretas das crianças funcionam? Porque indireta é a melhor forma de se lidar com o recalque transbordante dos amargurados. Isso mesmo, caro leitor, “Chiquititas” já te dava lições sobre como lidar com o recalque das inimigas.
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Nessa crítica metalinguística, a personagem Pata se mostra ambicionando uma realidade igual a das novelas na televisão. Porém, o telespectador sabe que a menina está dentro de uma novela (ou pelo menos espero que o telespectador saiba disso), então aprendemos a não romantizar as coisas na vida, pois mesmo estando na novela não garante que sejamos bem sucedidos na vida. Veja só a Pata, que ficou as cinco temporadas na trama e hoje em dia não é lembrada nem para ser convidada do programa do Gilberto Barros.
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Muitos ensinamentos em apenas três frases. Primeiro, as “Chiquititas” nos mostraram que o mundo é daquelas pessoas ousadas com vários relacionamentos (também conhecidas como “pegadoras”). Logo depois, elas ensina o valor de se vitimizar (quando comentam que é bom ser acusado) e de se ocultar (esconde-esconde). No fim, a canção mostra como na vida, às vezes, o que vale é a fuga, para que então possamos pensar em uma estratégia e voltar melhor preparados. E você aí comprando livros de autoajuda empresarial quando um arquivo mp3 tem todo o conteúdo necessário.
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Praticamente “O Capital” de Marx resumido em duas frases. A máxima do capitalismo é exemplificada pela faxina das chiquititas: se você não executar o seu trabalho da maneira pedida, você ficará sem o seu prêmio (no nosso caso, salário, mas elas ficam sem sobremesa mesmo). Por que acha que as notícias recentes apontam a diminuição do desemprego? Os jovens adultos estão correndo para garantir suas sobremesas.
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Desculpa, se isso é uma lição de vida, confesso que não entendi nada. Isso mostra o quanto as músicas de “Chiquititas” são compostas de ensinamentos filosóficos profundos, talvez eu vá entender daqui algumas décadas e possa aproveitar melhor a sabedoria musical dessa novela.

Texto escrito por: Fábio Garcia

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