domingo, 27 de julho de 2014
Primeira versão de Chiquititas no Brasil completa 17 anos
Nesta segunda, 28, fazem exatamente 17 anos que estreava no SBT a novela Chiquititas,
que se tornaria um fenômeno entre as crianças e um sucesso de
audiência no horário nobre da emissora pouquíssimo tempo depois. No dia
28 de julho de 1997 foi ao ar o primeiro capítulo das aventuras e
dramas das crianças do orfanato comandando pela doce diretora Carolina (Flávia Monteiro).
Uma unanimidade em Fernanda Souza, a Mili da outra versão, é a felicidade em ter
participado da produção gravada na Argentina e exibida no SBT até 2001. “Tenho
o maior orgulho de ter feito a Mili. Sou fã de Chiquititas. Acho que
foi a última novela que tinha pureza de verdade, nem uma gota de
sensualidade, de violência, era só magia, alegria. Eu deixaria meu filho
ver Chiquititas tranquilamente”, conta Fernanda.
Trabalho e diversão
Após uma maratona de testes, as crianças - cada um com um responsável
legal - arrumou as malas e foi morar em Buenos Aires, onde a novela era
feita em parceria com a Telefé. Longe dos amigos e familiares, eles
encontraram no próprio elenco e nos colegas de escola uma nova família.
“Eu até costumo dizer que a rivalidade Brasil-Argentina a gente não
encontrou nada disso. Os argentinos nos receberam muito bem. Em 2010 eu
voltei lá para reencontrar os meus amigos, fui visitar a TV... tenho
muita saudade desse pessoal”, conta Paulo Nigro (28), que fez o Júlio, par romântico da Mili.
As crianças frequentavam o colégio de manhã e entravam em estúdio à tarde para seis horas de gravações. “Eu gostava de trabalhar, levava mais como uma diversão que como um trabalho”, conta Felipe Chammas (28), que deu vida ao Rafa.
Aos finais de semana, a diversão também era em grupo. Muitas vezes eles passeavam por pontos turísticos da capital argentina. “Praticamente
todo final de semana, ou uma duas vezes por mês, a galera ia para o
Parque De La Costa, era na beira do rio, era legal pra caramba”, lembra Pierre.
Anonimato na Argentina, fenômeno Brasil
Como as gravações eram realizadas na Argentina, os atores não sentiam
no dia a dia o sucesso que faziam no Brasil. A primeira vez que
voltaram ao país após a estreia na novela, para participar do programa Domingo Legal, foram surpreendidos por uma multidão de fãs no aeroporto e aí caiu a ficha que eram ídolos. “Na
hora do desembarque no aeroporto tinha muita gente gritando. Deu um
susto, acho que ninguém estava esperando que fosse uma coisa tão grande
como era realmente era”, conta Paulo, que hoje está na Record. “A
sensação é tipo ser jogador de futebol. Todo moleque sempre sonhou em
ser jogador, daí o cara quando vê o cordão de isolamento de segurança,
gritaria... eu pensei ‘caraca eu sou famoso pra caramba’. Foi legal,
até hoje eu sou bem nostálgico”, diverte-se Pierre.
O carinho do público era recebido em forma de cartas. “Hoje
em dia todo mundo tem Twitter, fala com a gente por ali. Acho que foi
um dos poucos programas que viveu essa coisa das cartas”, acredita Fernanda. “Recebi uma carta de 350 metros de uma fã com eu te amo”, recorda Felipe.
Danças
Um dos grandes sucessos da novela foi a trilha – ao todo foram seis
CDs gravados – e divertidos clipes exibidos em meio às cenas. "Eu sempre fui muito desengonçado, para mim era muito difícil, mas eu me ajeitava", revela Felipe, o mais velho da turma. “As
músicas que eu mais gostava era Tudo Tudo, que eu sei a coreografia
até hoje, e Amigas, que tem uma letra muito linda e a gravação do clipe
foi muito especial. Fizemos em São Paulo, em pontos turísticos, no
final a gente se molhava com mangueira, foi muito especial”,
entrega Fernanda, que recentemente causou alvoroço nas redes sociais ao
confessar que nunca cantou nos discos da noela, apesar dos fãs sempre
acharem que era dela a voz nas músicas da Mili.
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