quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Entrevista: Jonatas Faro sobre carreira de cantor: "Era uma vontade minha desde pequeno"

Desde pequeno, Jonatas Faro dava sinal de que a carreira artística estava em suas veias. Aos 11 anos, ele estreou na TV em Chiquititas e mostrou seu potencial como ator, mas tinha um desejo latente que só muitos anos depois ele conseguiu concretizar: lançar um trabalho como cantor. O resultado foi o EP homônimo, com três músicas. “Queria começar devagar; não tão pretensiosamente”, explica ele.

As faixas, disponibilizadas no iTunes, enaltecem um lado mais romântico  e autoral de Faro, que assina a composição em todas. O primeiro single, E Mais Ninguém, por exemplo, é uma declaração de amor, cantada sob melodia que impregna, além do grande refrão que mostra, pertinentemente, a potência vocal e falsete suave do artista. “Tentei falar de amor, sem ser clichê”, conta, enfatizando que está “solteiraço”.

Em Tudo Vai Voltar, no entanto, ele larga o tom meloso e se arrisca no pop rock. Na letra, Jonatas tenta convencer alguém com o coração partido a não desistir. Já Vou Te Guiar tem como base a guitarra, enquanto ele canta sobre as dificuldades de um relacionamento. Se isso prova algo, é que o EP, além de dar uma prévia sobre o que esperar dele como cantor, também mostra que Faro ainda procura sua identidade como artista, tentando agregar suas influencias em sua própria música.


Com inúmeras novelas em seu currículo, o ator garantiu que não pretende deixar sua carreira de lado, mas sim agregar mais uma função – uma das prerrogativas de ser artista. Durante a entrevista, ele explicou seus planos para a divulgação do EP, a importância de seu avô em sua música e como deseja passar isso para o filho, Guy, de 3 anos. 

Leia a conversa na íntegra:

Quando a ideia de virar cantor saiu do papel?
JONATAS FARO: Quando falei com a gravadora, já fui com a ideia de fazer um EP. Queria começar devagar - não tão pretensiosamente com um CD de 10 ou 12 músicas - para sentir qual caminho seguir. Em junho de 2014, fechamos com o (produtor musical) Rique Azevedo e ficamos dois meses compondo mesmo, de porta fechada.

Como funcionou o processo de gravação para você?
JF: Na verdade as melodias vinham naturalmente. Às vezes, conversando sobre algum assunto, surgia alguma letra. E Mais Ninguém, por exemplo, começou pelo refrão e depois fizemos o começo.
Quantas músicas foram resultados desse processo e como você escolheu o que caberia no EP?
JF: Fizemos de 10 a 12 faixas e fomos garimpando, deixando o que tinha mais cara do projeto, ou seja, o que era mais legal para lançar imediatamente.
Uma das músicas tem um tom mais romântico. Essa escolha foi algo natural?
JF: Essa primeira, na verdade, é a mais lenta. Quando começamos a fazer a letra, notamos que a melodia era mais romântica. Mas achei bacana fazer algo mais neutro. Falando de amor, sem ser clichê. Um amor maior, que pode ser de um pai para um filho, de um homem para uma mulher, ou entre irmãos. O amor na forma genuína, sem classificar ou limitar. As outras duas já são mais pop rock, uma pegada mais agitada. Tem uma bateria mais pesada e devemos lançar em breve.
E como começou o seu apreço pela música e quando você percebeu que tinha talento para isso?
JF: Vem desde muito pequeno. Nem tenho uma lembrança de como começou isso. A minha família é muito musical. Minha mãe era professora de violão, canta também. Só que desde os 12 anos, eu gravo músicas de amigos e componho.  Em 2013, começamos a amadurecer a ideia, conversamos com a gravadora e eles toparam na hora.
Quem são suas inspirações?
JF: Gosto muito de Bruno Mars e fico de olho no trabalho dele. Também gosto deJustin (o Timberlake), que agora tem um trabalho mais maduro e o Ed Sheeran, que tem uma música que admiro muito. Mas não consigo te dizer a minha referência de trabalho, mas cresci ouvindo de tudo, principalmente esses artistas das antigas.
Mas alguém influenciou?
JF: Meu avô (Gilberto Sereno), que faleceu há 1 ano e meio. Lembro de nós viajando, pegando 10 horas de estrada, e ele me mostrando artistas como Stevie Wonder,BabyfaceFrank SinatraElvis Presley. Era a paixão dele sentar depois, de noite, com um copo de uísque e ficar me contando história de como eles começaram e conseguiram o sucesso. Essas são as pessoas que me influenciaram. Fui começar a ter contato com os nossos artistas com 18 anos.
E como vai ser a divulgação... shows?
JF: Queremos fazer um pocket show, algo mais reduzido, em São Paulo no começo desse ano, para ir divulgando aos poucos e até mostrar um pouco mais qual é a minha praia. Devo cantar algumas músicas gringas.
E a carreira de ator, pensa em deixar de lado?
JF: Com certeza não vou abandonar. Quero agregar sempre. Gosto de bater nessa tecla até as pessoas entenderem que fazer um não significa deixar o outro e que isso é normal. Lá fora é muito comum, inclusive. Posso continuar fazendo novelas ou filmes.  Principalmente eu, que adoro fazer musical, que é onde conseguimos juntar todas essas vertentes, mas não existe abandonar um para fazer outro. Temos que lidar com o que vai surgindo, espontaneamente.
Você falou do seu avô e como ele te influenciou, isso é algo que você deseja passar para o seu filho?
JF: O meu filho é muito pequenininho. Tem só três anos e meio. Acabou de passar da fase da Galinha Pintadinha (risos). Escuta Frozen. Não tem muita percepção. Mas já escutou a minha música, escuta direto no carro comigo, já sabe que sou eu e até sorri. Mas quando ele for maior, com certeza, quero ver a reação dele. Eu, desde muito pequeno, já gostava de escutar música. Roubava o walkman da minha mãe e ficava ouvindo coisas que ela curtia na época. O Guy já é muito musical, canta, fica se balançando. E esse lado vem tanto meu, quanto da Dani (Winits, com quem Faro foi casado por três meses), que também é apaixonada por música.

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