Diferenciar irmãs gêmeas com roupas idênticas costuma ser uma tarefa difícil, mas Carla Fioroni decidiu facilitar o trabalho dos telespectadores.
Destaque na bem-sucedida “Chiquititas”, a atriz compõe com maestria as irmãs Ernestina e Matilde, iguais na aparência, mas diferentes quando o assunto é caráter.
Basta um rápido olhar para identificar qual das duas está em cena. Numa interpretação rica em detalhes, Carla consegue a proeza de mudar o próprio semblante, que se torna carregado nas cenas da cruel Matilde e suave nas da bondosa Ernestina.
Numa entrevista exclusiva , a experiente atriz fala sobre o desafio duplo que lhe foi imposto e revela detalhes acerca de sua carreira e dos bastidores da novela, que, há mais de um ano no ar, se consolidou como a atração mais assistida fora da Globo.
Confira:
Você impressionou ao interpretar duas personagens de aparência igual, mas de temperamentos completamente diferentes. Como você se capacitou para esta tarefa? Foi o maior desafio da sua carreira de atriz?
Carla Fioroni – Bom, é uma pergunta difícil. Sou atriz há 20 anos, nesses 20 de labuta já tive a oportunidade de interpretar vários personagens, inclusive as gêmeas Nenê e Naná na novela “Os Ricos Também Choram” em 2005 aqui no SBT também, mas eram personagens mais leves. Quando recebi o desafio de fazer as gêmeas Ernestina e Matilde fiquei apreensiva, não é uma tarefa fácil, inclusive porque são duas personagens muito importantes para a trama da novela. Fico feliz que as pessoas tenham curtido e acho que o que me capacita são os meus 20 anos de estrada e muito trabalho diário. Esse é um momento muito feliz e de maturidade na minha carreira, mas costumo pensar que o grande desafio sempre está por vir!
Como é lidar diretamente com o público infantil? As crianças te abordam na rua? Como é experimentar este contato?
Carla Fioroni – O público infantil é ótimo, divertido, uma graça mesmo; carinhosos demais comigo sempre! Esse contato com a galerinha é bem bacana, eles são fãs fiéis e realmente vibram com a novela, o que contagia a gente. Acho o máximo quando eles me olham como se eu fosse um ser irreal, cheio de magia, sendo que eles é que são mágicos!
E como é trabalhar com crianças? Os meninos são disciplinados? Você sentiu alguma dificuldade neste sentido?
Carla Fioroni – Amo as crianças, todas elas, sem exceção. Amo contracenar com elas, amo dividir os momentos de camarim, amo nosso cotidiano… dificuldade zero!
Como é o clima dos bastidores da novela? Crianças e adultos se dão bem? Vocês conseguem se divertir em meio ao trabalho?
Carla Fioroni – Nosso cotidiano é abençoado! Acho que em vinte anos de trabalho é a melhor equipe com quem já trabalhei, e falo como um todo. Não só elenco, mas equipes técnicas, nossa chefia, nossos parceiros; nota 10 pra toda a nossa galera! A gente se diverte sempre, estamos juntos há 1 ano e meio e é muito bom. Quando esse trabalho acabar vou chorar muito de saudade!
Você assistiu à primeira versão de “Chiquititas”? Chegou a se inspirar em algo da primeira Ernestina vivida pela atriz Magali Biff?
Carla Fioroni – Não vi, e falei pra Magali que só ia ver o trabalho dela – que admiro profundamente – no final da novela! Combinei de jantar com ela e trocar nossas experiências, mas só no final de “Chiquititas” (risos).
“Chiquititas” já está no ar há mais de um ano e não dá sinais de desgaste. Na sua opinião, qual é a receita para tanto sucesso? É mais fácil agradar crianças ou adultos?
Carla Fioroni – Acho a nossa novela uma graça, bem feita, linda, encantadora. Fico feliz que todos amem a novela e acho que o segredo é esse trabalho insano de centenas de pessoas que se dedicam de segunda a sábado. Realmente trabalhamos muito e agradar a criança é mais difícil do que agradar o adulto na minha opinião.
Além de atriz, você já atuou como repórter na Band. Como foi exercer essa função? Voltar a ela faz parte dos seus planos para o futuro?
Carla Fioroni – Amei muito essa experiência, fazia matérias de entretenimento e com uma pegada muito pessoal. Aprendi muito, entrei em links ao vivo, cobri reality show, gravei na chuva, no frio, no calor de matar… um dia trabalhei 24 horas numa matéria de transformação de beleza. Tive também meu programa de entrevistas chamado “Tampa da Panela” na TV a Cabo. Amo apresentar, amo conversar, amo pessoas! Quem sabe no futuro, não é? Ser apresentadora também me faz muito feliz!
Há muito se discute a suposta má influência da TV na formação do caráter de uma criança. Como você enxerga esta questão? Acha que um mau exemplo dado na telinha pode influenciar uma criança?
Carla Fioroni - Acho que todo mau exemplo pode influenciar, sem dúvida. A família tem o papel importantíssimo de filtrar o que deve ser apresentado à criança. Acho que é um dever de todos nós buscar uma sociedade mais decente para nossas crianças e é claro que a TV tem que fazer o seu papel também. Tenho uma filha de quase 8 anos e sou muito cuidadosa em relação a isso com ela.
Quando um personagem é “pesado”, como, por exemplo, um vilão ou psicopata, o ator corre o risco de “levá-lo para casa”? Isso já aconteceu com você? Já se sentiu afetada pela carga emocional de um personagem?
Carla Fioroni – Levar para casa nunca, isso não existe para mim. Agora, ficar mais tensa para gravar, sem dúvida. A equipe sentiu muito porque eu era a Ernestina toda engraçada e de repente virei uma cobra, às vezes violenta, e muito má com as crianças, então a Matilde chegou chocando a galera do estúdio. Mas sei separar muito bem as emoções! Eu, a Carlinha, sou beeeeem diferente das minhas personagens.
Deixe um recado para a legião de fãs que certamente está acompanhando a entrevista.
Carla Fioroni – Eu quero agradecer do fundo do meu coração a todos que curtem, que amam, que vibram com “Chiquititas”! Todo esse sucesso é de vocês. Todo dia trabalhamos com muito amor e muito carinho, e a nossa alegria é ver vocês felizes!
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