O sucesso de “Carrossel” animou o SBT em investir na segunda versão de “Chiquititas”. A ideia da emissora de Silvio Santos é que a família possa ver a trama sem o menor constrangimento. O projeto deu certo e a adaptação ficará no ar até março de 2015, completando 445 capítulos. Sempre com o intuito de agradar a todos, a novela traz assuntos do universo infanto-juvenil, mas também aborda os dilemas dos adultos.
Naiumi Goldoni, por exemplo, interpreta a personagem Gabriela, chamada de Gabi, que passou por um profundo trauma quando deu à luz. Desde essa época, ela não fala e não tem uma vida comum. A moça acredita que seu bebê morreu ao nascer, no entanto, convive com a filha, Mili, papel de Giovanna Grigio.
Para comentar sobre as próximas emoções de “Chiquititas” e falar de sua carreira na TV, o RD1 conversou com Naiumi. Aliás, para a atriz, “é uma delícia” trabalhar com crianças e até“gostaria de gravar mais vezes com eles”.
Confira o bate-papo:
RD1 – Você fez teste para a primeira versão de “Chiquititas”, nos anos 90, e não passou. Como é agora estar nesta nova adaptação e como a mãe da Mili?
Naiumi Goldoni – É uma sensação maravilhosa. Um sonho infantil que se tornou realidade. Na época, eu não era atriz, mas já sonhava com isso e hoje posso dizer que é um grande prazer participar dessa produção que está fazendo tanto sucesso, ainda mais recebendo o reconhecimento do público infantil e adolescente, que é tão espontâneo e carinhoso.
RD1 – A novela vai apresentar uma série de novidades nas próximas semanas. Como a sua personagem, a Gabi, vai evoluir?
Naiumi Goldoni – Em algumas cenas que já foram ao ar, a Gabi veio mostrando pequenas melhoras, como pronunciar algumas palavras, reagir um pouco mais em situações extremas, comer e beber sem auxílio da Valentina. Tudo isso após parar de tomar os remédios que a Carmen (Giovanna Gold) dava em doses muito grandes e que colaboravam para mantê-la no estado em que estava. Mas ainda teremos muitas surpresas. Estamos gravando cenas em que a Gabriela vai emocionar muita gente.
RD1 – A Gabi tem um trauma grande relacionado à maternidade. Como é o desafio de interpretar sem usar as palavras?
Naiumi Goldoni – É um desafio imenso. Até mesmo a movimentação da Gabi é muito restrita, tudo é mais lento. Busco trabalhar muito com o olhar, é por meio dele que a Gabi fala. Tudo é muito mais sutil. Sem contar com a concentração, que é fundamental para todas as cenas.
RD1 - “Chiquititas” foi esticada até março do ano que vem por causa dos bons resultados. Como é o retorno do público nas ruas? E como enxerga a consolidação do horário de novelas do SBT?
Naiumi Goldoni – Eu fico emocionada cada vez que sou reconhecida. É uma delícia ver os olhinhos das crianças brilhando vidrados quando me vêem passar, sempre que percebo faço questão de parar, dar um abraço, conversar um pouquinho. Além das cartinhas que recebo dos fã-clubes e nas redes sociais. Esse público é muito participativo e sem dúvida nos incentivam.
Tenho certeza que o SBT continuará obtendo altos índices de audiência ao trabalhar com produções infantis e juvenis, pois está se consolidando com produtos de qualidade e atuais, e com a vantagem de deixar os pais tranquilos em relação ao conteúdo exibido.
RD1 – Trabalhar com crianças deve ser um verdadeiro desafio. É complicado lidar com a energia do elenco infantil?
Naiumi Goldoni – De forma alguma! É uma delícia. Sou apaixonada por crianças, e cada vez que as encontro pelo SBT é uma alegria. Sem contar que eles são extremamente profissionais, são exemplares. Eu inclusive gostaria de gravar mais vezes com eles, mas os núcleos são bem diferentes e não é sempre que tenho a oportunidade.
RD1 – Você se mudou do Rio de Janeiro para São Paulo por causa da novela. Mesmo já tendo morado em vários lugares, a adaptação é complicada para você?
Naiumi Goldoni – Mudanças nunca são fáceis. No princípio foi mais complicado, tanto por não conhecer muitas pessoas em São Paulo, quanto por ter que montar um novo “lar”. A maior parte dos meus amigos mora no Rio Grande do Sul ou no Rio de Janeiro, assim como minha família e meu namorado, então, foi um pouco complicado, sim. Mas depois de um tempo, já fiz novas amizades, criei minha nova rotina de gravações, academia e aulas e já me sinto em casa por aqui. Mas o Rio de Janeiro continua sendo minha paixão de cidade.
RD1 – Você tem se preparado para ingressar no teatro musical. Como é conciliar os seus compromissos profissionais com os estudos?
Naiumi Goldoni – A forma como o SBT trabalha me possibilita organizar diferentes compromissos. Gravamos com uma boa frente de capítulos, e sempre por cenários. Então num mesmo dia, gravo várias cenas do quarto da Gabriela, em outro, várias da mansão, etc… E assim também acabo tendo alguns dias livres. Sempre que recebo meu cronograma, falo com meus professores de canto, dança e sapateado para marcarmos as aulas. E eu, sinceramente, adoro estar ocupada, me sinto muito mais produtiva e feliz.
RD1 – Você trabalhou como modelo e conheceu diversos países. De que forma essa experiência te ajudou na profissão de atriz?
Naiumi Goldoni – Sou modelo há mais de 10 anos, mas meu perfil de modelo nunca foi de passarela, pois não sou nem tão alta nem tão magra quanto deveria para isso. Meu perfil é modelo comercial, como chamam aqui no Brasil. Esse tipo de modelo atua principalmente em comerciais de TV e campanhas fotográficas. E em ambos, saber atuar é uma grande vantagem.
Tive tempo para ir perdendo medo da câmera, ganhando desenvoltura, compreendendo a linguagem do mercado. E uma coisa levou a outra, fui me destacando no mercado publicitário ao mesmo tempo em que estudava interpretação, e aos poucos as portas foram se abrindo para mim. Com muita batalha sempre, mas acho que assim o sabor da conquista é até melhor, não é?
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