quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Ex-chiquitita Giselle Medeiros fará ‘A Bela Adormecida’ e fala sobre período de afastamento
O sucesso veio cedo para Giselle Medeiros. Aos 10 anos, a atriz interpretou a órfã Dani, entre 1997 e 1998, na primeira versão nacional da novela Chiquititas. Após um período de afastamento do meio artistico - embora tenha se dedicado a cursos e workshops de atuação - ela comemora a chance de voltar ao trabalho como atriz.
Escalada para interpretar a princesa Aurora, protagonista do musical A Bela Adormecida, Giselle se prepara para a estreia do espetáculo, que será encenado a partir do dia 8 de novembro no Teatro Sérgio Cardoso, na região central da cidade de São Paulo.
A atriz admite que recebeu o convite com surpresa. "Já tive vontade de interpretar uma princesa antes, mas imaginava algo como Pocahontas. Não a Bela Adormecida Aurora. Fisicamente, sou bem diferente dessa princesa no clássico da Disney", compara a atriz, contando que não deixou de sonhar com a carreira artística enquanto esteve fora da mídia, mas teve diferentes ofícios durante o período, trabalhando como atendente de telemarketing e assistente operacional.
Você volta ao trabalho com a peça A Bela Adormecida. Fale um pouco o papel e a chance de poder voltar a atuar?
Passa um turbilhão de coisas na mente. Estou muito contente com todo o processo e super ansiosa com a estreia, que será no dia 8 de novembro. O elenco é incrível, cada ensaio é uma aula que ganho só observando os meus colegas de elenco, feliz com a liberdade que a diretora Daniela Biancardi nos deixa para criar... Com o pulso firme que ela tem e uma clareza no que quer. Isso me deixa mais segura nesse meu retorno aos palcos.
Além do meu retorno aos palcos, a estreia pra mim será também uma forma de agradecer a Maria Betania Oliveira, que foi a coordenadora desse projeto. Ela, carinhosamente, me chamava de eterna chiquitita. É uma mulher que conquistou seu espaço no teatro e me emociona saber que fui indicada por ela a assumir esse papel na peça.
Seu papel é o de princesa. Já tinha se imaginado interpretando uma?
Fiquei bem curiosa quando recebi o convite do produtor Cícero Andrade para interpretar a Bela. Já tive vontade de interpretar uma princesa antes, mas imaginava algo como Pocahontas ou algo do tipo. Não a Bela Adormecida Aurora. Fisicamente, sou bem diferente dessa princesa no clássico da Disney, que é sem dúvidas, um dos mais assistidos pela criançada. Eu me empolguei com o convite e pela direção que não se amarra ao padrão, além de trazer a linda história, que sempre me tocou. Uma princesa muito sozinha, com o sonho que a guia. Essa que é a magia do teatro! Poder ir além do estereótipo. A maneira de contar a história passa a ser o mais importante. E nessa peça quem conta a história é uma banda de rock de garagem. Será um musical bem animado.
Muita gente fica curiosa com a trajetória que as pessoas trilharam. Depois de Chiquititas, você continuou investindo no meio artístico, mas também trabalhou em outras áreas? Conte para nós um pouco sobre o que fez neste período.
Depois de Chiquititas, o retorno para o meio artístico foi bem complicado. Ainda mais antes. Não tínhamos a Internet aproximando atores dos produtores. E saí da novela, naquela fase que nem era criança, nem adolescente. Para o ator essa fase é terrível. Nesse período investi em cursos. Depois do colegial, me formei na Escola de Atores do Nilton Travesso. Mas já trabalhei como operadora de telemarketing, me formei na faculdade em Gestão da Comunicação Empresarial, trabalhei como assistente operacional na área de TI em uma multinacional, graças ao espanhol que aprendi morando na Argentina na época de Chiquititas. E, paralelamente, estudei interpretação dramática. Passei por vários workshops com diretores como Sonaira D’Ávila, Raul Guterrez, Miguel Rodriguez e estudei na Escola de Atores do Wolf Maya.
E você também passou a escrever, não é?
Sim, esse período foi conciliando também com os roteiros que escrevi. Estou aprendendo a produzir, virei fotógrafa, criei um blog. Quando saí do meu antigo trabalho – o da área de TI – recebi o convite para participar da peça A Bela Adormecida. Foi um presente dos céus!
Você concilia o trabalho na peça com outro ofício? Ou está totalmente focada nesta retomada à carreira de atriz?
Hoje trabalho como fotógrafa e tenho feito parcerias para realização do curta-metragem que escrevi: Eu Uso Minissaia. Mas a prioridade nesse momento é o meu trabalho como atriz.
Como atriz, qual seu maior sonho?
Ainda tenho muitos sonhos a realizar dentro dessa profissão. Atuar no cinema, voltar para a TV – que é outro presente que já pedi para o Pai lá em cima (risos) –, mas trabalhar só com arte é, sem dúvidas, meu maior sonho.
Sua peça é voltada ao público infantil e sua relação com as crianças sempre foi forte. Já tem vontade e planos de ser mãe?
Tenho muita vontade, acho lindo, fico paparicando meus afilhados, mas ainda não parei para planejar.
Acha que sua fisionomia mudou pouco? Você segue muito lembrada como a chiquitita Dani?
Eu me vejo bem diferente, mas com o remake de Chiquititas as pessoas estão se recordando mais. Fico impressionada com o carinho que me tratam nas redes sociais, e de certa forma, me estimulou bastante a investir mais ainda na carreira de atriz.
Já teve vontade de radicalizar ao mudar o visual? Radicalizaria por um papel?
Sou bem conservadora e tenho dificuldades para mudar o visual no meu dia a dia, mas para personagens eu topo sem medo! Já tive essa experiência em Chiquititas, quando precisei cortar meu cabelo bem curtinho, e faria novamente qualquer mudança de visual para favorecer uma personagem em que eu acredite.
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